No Instituto Nascer, acreditamos que o parto natural — aquele que respeita o tempo da mulher e do bebê, com intervenções mínimas e baseadas em evidências — é mais do que uma forma de nascer: é uma forma de cuidar.
Conheça abaixo 10 razões científicas e humanas para considerar o parto natural:
1. Liberdade de movimento favorece o progresso do parto
Durante o parto natural, a mulher pode se movimentar livremente — caminhar, agachar, entrar na água, mudar de posição. Isso não apenas promove conforto, mas também está associado a menor duração do trabalho de parto, menor uso de analgesia e menor chance de parto instrumental ou cesárea (Cochrane, 2023).
Fonte: Lawrence A et al. Cochrane Database Syst Rev. 2023.
2. A dor pode ser aliviada com métodos não farmacológicos eficazes
Existem diversas estratégias seguras e eficazes para aliviar a dor do parto: imersão em água morna, técnicas de respiração, massagens, posições com bola de pilates, suporte contínuo com Doula e uso de óxido nitroso. Esses métodos são recomendados por guias internacionais como alternativas válidas, e evitam a “cascata de intervenções” frequentemente iniciada por analgesias farmacológicas.
Fonte: ACOG Practice Bulletin No. 205, RCOG Green-top Guideline No. 74.
3. Menor risco de cesariana
Partos naturais espontâneos e não medicalizados estão associados a menor risco de cesárea. A introdução precoce de intervenções — como analgesia peridural ou ocitocina sintética sem indicação clara — pode aumentar a probabilidade de distócia (disfunção) e necessidade de cirurgia.
Fonte: Anim-Somuah M et al. Cochrane Database Syst Rev. 2018; NICE Guideline CG190.
4. Recuperação mais rápida e segura
Mulheres que passam por partos vaginais naturais geralmente têm recuperação física mais rápida, menos necessidade de analgésicos no puerpério e maior bem-estar nas primeiras semanas pós-parto. A recuperação de uma cesariana, sendo uma cirurgia de grande porte, demanda mais tempo e cuidados.
Fonte: WHO Recommendations: Intrapartum care for a positive childbirth experience (2018).
5. Parto natural é melhor para o bebê
O nascimento por via vaginal prepara o bebê para o ambiente extrauterino: há melhor adaptação respiratória, maior colonização por bactérias benéficas do canal vaginal e maior prontidão para iniciar a amamentação. Bebês nascidos de parto natural tendem a estar mais alertas e ativos na primeira hora de vida.
Fonte: ACOG Committee Opinion No. 794, RCOG Scientific Impact Paper No. 27.
6. Maior chance de sucesso na amamentação
Partos naturais, especialmente com contato pele a pele imediato, favorecem o início precoce da amamentação. O uso de anestésicos, especialmente opioides, pode interferir na prontidão do bebê para sugar e no reflexo de ejeção do leite da mãe.
Fonte: Cochrane Review – Early skin-to-skin contact for mothers and their healthy newborns (2021).
7. Menor risco de complicações para mãe e bebê
O parto natural evita complicações associadas a intervenções como hemorragias, infecções, reações medicamentosas, e lesões cirúrgicas. Quando bem conduzido, é uma das formas mais seguras de nascer, tanto para mulheres de baixo risco quanto para muitas situações de risco intermediário.
Fonte: NICE Intrapartum Care Guidelines; WHO (2018).
8. Uma experiência mais positiva e empoderadora
Estudos mostram que mulheres que vivenciam partos naturais com apoio e respeito relatam maior satisfação com a experiência de parto. O protagonismo feminino no processo aumenta a autoestima, a confiança em si e na maternidade que se inicia.
Fonte: Bohren MA et al. Cochrane Database Syst Rev. 2017 – Continuous support for women during childbirth.
9. Menor risco de depressão pós-parto
A percepção positiva do parto, especialmente quando a mulher se sente respeitada e no controle, está associada a menor risco de depressão pós-parto. A humanização e o apoio contínuo da equipe durante o parto fazem diferença real na saúde mental da mulher.
Fonte: ACOG Committee Opinion No. 736; RCOG Maternal Mental Health Guidelines.
10. Seu corpo foi feito para isso — e você pode se surpreender!
O parto é um processo fisiológico complexo, mas lindamente orquestrado pelo corpo da mulher. Conhecer e confiar na sua capacidade de parir pode ser transformador. Analgesias farmacológicas continuam disponíveis, mas tentar um parto natural pode revelar uma força interior que muitas mulheres não sabiam que tinham.
Fonte: WHO (2018); NICE (2021); ACOG (2020).
Conclusão
No Instituto Nascer, respeitamos a singularidade de cada mulher e oferecemos o suporte para que você possa viver a melhor experiência de nascimento possível, com ciência, respeito e cuidado. O parto natural é uma possibilidade segura, bela e poderosa — e você não precisa estar sozinha nessa jornada.
Hemmerson Henrique Magioni, Médico Obstetra, Fundador e Diretor Técnico do Instituto Nascer – CRM-MG 34455
Referências:
- Cochrane Library: Lawrence A et al. Maternal positions and mobility during first stage labour. 2023.
- ACOG Practice Bulletin No. 205: Vaginal Birth After Cesarean Delivery. 2019.
- WHO: Intrapartum care for a positive childbirth experience. 2018.
- NICE Clinical Guideline CG190: Intrapartum care for healthy women and babies. 2021.
- RCOG: Reducing the Risk of Venous Thromboembolism during Pregnancy and the Puerperium. Green-top Guideline No. 37a.
- Bohren MA et al. Continuous support for women during childbirth. Cochrane Database Syst Rev. 2017.
- ACOG Committee Opinion No. 736: Optimizing Postpartum Care.
