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Os 10 Métodos Naturais para Estímulo do Parto

Sou o Dr. Hemmerson Magioni, obstetra e fundador do Instituto Nascer, uma clínica multiprofissional dedicada ao cuidado da gravidez, parto e primeira infância. No Brasil, a cesariana ainda é a via de nascimento mais comum, muitas vezes realizada sem indicação real, e o parto normal, quando acontece, nem sempre é vivido de forma respeitosa e segura.

No Instituto Nascer, acreditamos que o parto deve ser uma experiência positiva, respeitosa e baseada em evidências científicas. O protagonismo da mulher, a assistência de uma equipe interdisciplinar e a medicina baseada em evidências são os pilares que norteiam nosso trabalho.

Este texto foi criado para ajudar gestantes e casais a entenderem quais são os métodos naturais que podem estimular o trabalho de parto, quando eles são indicados e como usá-los de forma segura. Afinal, um parto bem conduzido e respeitoso não beneficia apenas a mãe, mas também tem impacto positivo na saúde do bebê e da família como um todo.


O que é estímulo e indução do parto?

Muitas gestantes se perguntam: é possível acelerar o início do trabalho de parto de forma natural? A resposta é sim, mas com algumas ressalvas.

A indução do parto é um procedimento médico que busca iniciar as contrações uterinas quando há uma indicação para antecipar o nascimento, como em casos de hipertensão, diabetes, restrição de crescimento fetal ou ruptura da bolsa sem trabalho de parto ativo. Ela pode ser feita com medicamentos (ocitocina ou prostaglandinas) ou com métodos mecânicos.

Já o estímulo natural do parto envolve técnicas que podem *ajudar o corpo a entrar espontaneamente em trabalho de parto. Esses métodos não garantem que o parto acontecerá imediatamente, mas podem *favorecer o amadurecimento do colo do útero e o início das contrações de forma mais fisiológica.

Importante lembrar que qualquer método de estímulo deve ser utilizado com cautela e sob orientação médica ou da equipe obstétrica, principalmente se a gestação apresentar fatores de risco.


Os 10 Métodos Naturais para Estímulo do Parto

1. Estimulação mamilar

A estimulação dos mamilos libera ocitocina, o hormônio responsável pelas contrações uterinas. Estudos mostram que esse é um dos métodos naturais mais eficazes para induzir o trabalho de parto.

Como fazer: Massagear a aréola e o mamilo em movimentos circulares com os dedos ou usar uma bombinha de tirar leite. Fazer 15 minutos em cada mama, 3 vezes ao dia.

Contraindicações: Risco de parto prematuro, histórico de trabalho de parto muito rápido ou ruptura da bolsa.


2. Relação sexual

O sêmen contém *prostaglandinas, substâncias que ajudam a amadurecer o colo do útero. Além disso, o orgasmo feminino libera *ocitocina, o que pode estimular contrações.

Frequência recomendada: De 3 a 4 vezes por semana, mas sem regras rígidas.

Contraindicações: Bolsa rota, sangramento vaginal ou contraindicação médica para atividade sexual.


3. Exercícios físicos e caminhada

Movimentos de impacto moderado ajudam a posicionar melhor o bebê e estimular a pressão da cabeça fetal sobre o colo do útero, incentivando a liberação de hormônios do trabalho de parto.

O que fazer: Caminhadas leves de 30 a 40 minutos por dia, subir e descer escadas ou dançar.

Evitar: Exercícios de alto impacto em gestações de risco.


4. Acupuntura e acupressão

A acupuntura estimula pontos específicos do corpo que podem ajudar na produção de ocitocina e no amadurecimento do colo do útero.

O que fazer: Procurar um profissional especializado. Pontos como o Sanyinjiao (SP6) e Hegu (LI4) são frequentemente usados para esse objetivo.

Contraindicações: Algumas condições médicas exigem avaliação antes do uso.


5. Exercícios ou Spinning Babies

Técnicas que favorecem o posicionamento do bebê, aumentando as chances de um parto mais espontâneo.

O que fazer: Movimentos que ajudam a encaixar o bebê na pelve, como ficar na posição de quatro apoios, uso de bola de pilates e exercícios específicos.


6. Alimentos picantes e tâmaras

Alguns alimentos podem estimular o intestino, que, por sua vez, pode influenciar contrações uterinas. As tâmaras, em particular, são estudadas por sua ação no amadurecimento cervical.

O que fazer: Consumir 6 tâmaras por dia a partir de 36 semanas, conforme estudos sugerem.

Evitar: Alimentos muito picantes podem causar desconforto digestivo.


7. Óleo de prímula

Contém ácido gama-linolênico (GLA), um precursor das prostaglandinas. No entanto, as evidências ainda são inconclusivas.

Como usar: 500-2000 mg via oral ou 500 mg via vaginal antes de dormir, a partir de 37 semanas.

Contraindicações: Não usar se houver risco de sangramento ou distúrbios de coagulação.


8. Chá de folhas de framboesa (Opcional, pois não é da cultura brasileira)

Pode ajudar a tonificar o útero e melhorar a eficiência das contrações.

Como usar: Consumir 1 a 2 xícaras por dia a partir de 37 semanas.

Evitar: Em mulheres com histórico de parto muito rápido.


9. Banhos mornos e relaxamento

O estresse pode inibir o início do trabalho de parto. Técnicas de relaxamento ajudam a estimular hormônios importantes.

O que fazer: Banhos de imersão, massagem e técnicas de respiração.


10. Uso de bola de pilates

Ajudar na mobilidade pélvica pode favorecer o encaixe do bebê e estimular contrações.

Como usar: Sentar e fazer movimentos circulares na bola de pilates por 20 a 30 minutos ao dia.


Evidências e Segurança

Nem todos os métodos naturais têm comprovação científica robusta, mas alguns são respaldados por estudos e práticas tradicionais seguras. O mais importante é que qualquer tentativa de estímulo do parto seja feita com segurança e sob orientação médica.

Se houver dúvidas ou necessidade de indução do parto por razões médicas, a melhor decisão sempre será aquela tomada em conjunto com profissionais de saúde qualificados.


Hemmerson Henrique Magioni, Médico Obstetra, Fundador e Diretor Técnico do Instituto Nascer – CRM-MG 34455

*Fontes: Cochrane Library / Diretrizes da American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) / Diretrizes do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) / National Institute for Health and Care Excellence (NICE) / Uptodate / PubMed e Scopus / World Health Organization (WHO).

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