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Tenho Diabetes Gestacional: como me cuidar?

Descobrir que você tem Diabetes Gestacional (DMG) pode ser assustador à primeira vista, mas saiba: com o cuidado certo, você pode ter uma gestação saudável e um bebê perfeitamente bem. Neste texto, vamos explicar o que é essa condição, por que ela acontece, e como você pode cuidar da sua saúde e da do seu bebê com base nas melhores evidências científicas disponíveis.

O que é Diabetes Gestacional?

A diabetes gestacional é uma condição temporária em que os níveis de açúcar (glicose) no sangue ficam elevados durante a gestação. Isso ocorre porque a placenta produz hormônios que podem interferir na ação da insulina, hormônio responsável por controlar a glicose. Como resultado, o corpo tem mais dificuldade de manter os níveis de açúcar dentro do normal.

Essa condição costuma surgir após a 24ª semana de gestação, (ou até mesmo no primeiro trimestre) e desaparece após o parto, mas exige atenção e acompanhamento rigoroso para evitar riscos para a mãe e o bebê.

Quais os riscos se não for tratada?

Se não for adequadamente controlada, a diabetes gestacional pode aumentar o risco de:

  • Crescimento excessivo do bebê (macrossomia)
  • Polidrâmnio (excesso de líquido amniótico)
  • Pressão alta na gravidez e pré-eclâmpsia
  • Parto prematuro ou cesárea
  • Hipoglicemia neonatal
  • Maior risco de obesidade e diabetes tipo 2 no futuro (para mãe e bebê)

A boa notícia é que o tratamento é eficaz e reduz drasticamente esses riscos.

Como é feito o tratamento?

O tratamento da diabetes gestacional tem três pilares principais:

1. Dieta Equilibrada: a base de tudo

A primeira linha de tratamento é a alimentação saudável, e a boa notícia é que não precisa ser uma dieta restritiva ou radical.

O objetivo é manter os níveis de glicose dentro da faixa ideal, com alimentos de baixo índice glicêmico e refeições distribuídas ao longo do dia.

Principais orientações:

  • Comer a cada 3 horas, em pequenas porções (evitar jejum prolongado)
  • Incluir carboidratos complexos (como arroz integral, aveia, batata-doce)
  • Evitar açúcares simples (refrigerantes, doces, bolos)
  • Priorizar proteínas magras, fibras e boas gorduras
  • Evitar sucos industrializados e ultraprocessados

Idealmente, a dieta deve ser individualizada com a ajuda de uma nutricionista especializada em gestação.

2. Atividade Física: um remédio natural e seguro

O exercício físico moderado é uma ferramenta poderosa para controlar a glicose. A recomendação é que toda gestante com DMG faça, se não houver contraindicação médica.

O que funciona bem:

  • Caminhadas de 30 minutos por dia, pelo menos 5 vezes por semana
  • Alongamentos, pilates para gestantes ou hidroginástica
  • Exercícios leves após as refeições ajudam a reduzir o pico de glicemia pós-prandial

Sempre com orientação médica e evitando exercícios de alto impacto ou risco de queda.

3. Insulina: quando é necessária?

Cerca de 20 a 30% das gestantes com DMG precisarão de insulina durante a gravidez.

Ela é indicada quando, mesmo com dieta e atividade física bem orientadas por 7 a 10 dias, os níveis de glicose continuam acima das metas.

As metas glicêmicas mais usadas são:

  • Jejum: menor que 95 mg/dL
  • 1 hora após as refeições: menor que 140 mg/dL

Se mais de 30% das medições estiverem acima dessas metas, é hora de conversar sobre insulina com sua equipe de saúde. Isso não significa que você falhou, mas sim que seu corpo precisa de uma ajuda extra — e a insulina é segura na gravidez.

Como é feito o monitoramento?

Você aprenderá a medir a glicose com um aparelho chamado glicosímetro. As medições geralmente são feitas em quatro momentos do dia:

  • Em jejum
  • 1 hora após o café da manhã
  • 1 hora após o almoço
  • 1 hora após o jantar

A equipe que te acompanha vai revisar esse “mapa glicêmico” para avaliar se a dieta está funcionando ou se há necessidade de ajustar o tratamento.

E depois do parto?

Na maioria dos casos, a glicemia volta ao normal após o parto. Mas é essencial:

  • Fazer um teste de glicemia entre 6 a 12 semanas após o parto
  • Repetir esse exame a cada 1 a 3 anos
  • Manter um estilo de vida saudável para reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro

A amamentação, além de todos os seus benefícios, também ajuda no controle glicêmico e na perda de peso pós-parto.

Conclusão: você não está sozinha

A diabetes gestacional é uma condição comum, tratável e, com os cuidados certos, não impede que você tenha uma gravidez saudável e um parto seguro.

No Instituto Nascer, você será acompanhada de forma próxima, multidisciplinar e baseada nas melhores evidências científicas. Nosso compromisso é com um cuidado respeitoso, moderno e atento à sua realidade.

Lembre-se: você é a protagonista da sua gestação, e estamos aqui para caminhar ao seu lado.

Hemmerson Henrique Magioni, Médico Obstetra, Fundador e Diretor Técnico do Instituto Nascer – CRM-MG 34455

Fontes científicas:

  • American Diabetes Association (ADA) – Standards of Medical Care in Diabetes, 2024
  • American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) – Practice Bulletin No. 190: Gestational Diabetes Mellitus
  • Endocrine Society Clinical Practice Guideline – Management of Diabetes and Pregnancy
  • Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – Diretrizes 2023–2024
  • Mayo Clinic – Gestational diabetes: Diagnosis and treatment (accessed 2024

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