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Ácido fólico ou Metilfolato: Qual o melhor?

Nos últimos anos, temos visto um crescimento enorme na procura por metilfolato nas redes sociais, nas prateleiras das farmácias e até em prescrições médicas. Mas será que ele realmente é melhor que o bom e velho ácido fólico? O que dizem as melhores evidências científicas sobre a prevenção dos defeitos do tubo neural?

Se você está tentando engravidar ou já está grávida, esta é uma informação essencial para a saúde do seu bebê. Vamos entender juntos?

O que são os defeitos do tubo neural?

Os defeitos do tubo neural (DTN) são malformações graves do cérebro e da medula espinhal do bebê, como a espinha bífida e a anencefalia. Eles acontecem muito cedo na gestação – por volta do 25º dia após a concepção – muitas vezes antes mesmo de a mulher saber que está grávida.

A boa notícia é que esses problemas podem ser evitados em até 70% dos casos com uma simples medida: a suplementação correta de folato no período pré-concepcional e nas primeiras semanas de gestação.

Ácido fólico: o clássico baseado em evidências

O ácido fólico é a forma sintética do folato (vitamina B9) – aquela usada nos suplementos e fortificações alimentares – e tem sido usado com segurança há décadas para prevenir os DTNs. Estudos clínicos robustos e revisões sistemáticas, como as da Biblioteca Cochrane e do CDC dos Estados Unidos, mostraram que o uso diário de 400 a 800 microgramas de ácido fólico, iniciando antes da gestação e continuando durante o primeiro trimestre, reduz de forma significativa o risco de DTNs.

Por isso, grandes instituições de saúde como o ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists), o NICE (National Institute for Health and Care Excellence) do Reino Unido, a OMS e o próprio Ministério da Saúde recomendam o ácido fólico como a primeira escolha para todas as mulheres em idade fértil que estejam tentando engravidar ou nos primeiros meses da gravidez.

Mas e o metilfolato?

O metilfolato (5-MTHF) é a forma ativa do folato, ou seja, a que o corpo utiliza após o processo de metabolização do ácido fólico. Ele tem ganhado fama principalmente entre pessoas preocupadas com um gene chamado MTHFR, que influencia essa conversão.

Apesar disso, as evidências atuais mostram que:

  • A maioria das pessoas metaboliza bem o ácido fólico, mesmo com mutações comuns no gene MTHFR.
  • Não há estudos clínicos que mostrem que o metilfolato previna os defeitos do tubo neural melhor que o ácido fólico.
  • O metilfolato não é mais eficaz, nem mais seguro, e muitas vezes custa muito mais.

Por isso, a indicação de metilfolato deve ser reservada para situações muito específicas, como:

  • Mulheres com mutações raras e graves do gene MTHFR com níveis elevados de homocisteína.
  • Intolerância documentada ao ácido fólico (o que é extremamente raro).

E no Brasil? Virou moda… mas precisamos de cautela

De fato, o metilfolato virou moda entre influenciadores, prescritores e até em fórmulas manipuladas. Mas modismo não é sinônimo de evidência.

Aqui no Instituto Nascer, seguimos com rigor as diretrizes das instituições internacionais de saúde e priorizamos o cuidado individualizado e baseado em evidências científicas. A suplementação com ácido fólico em dose adequada e no momento certo continua sendo a melhor estratégia para prevenir os defeitos do tubo neural – segura, eficaz e amplamente estudada.

O que você precisa fazer?

Se você está tentando engravidar ou já está no comecinho da gestação:

  • Converse com sua equipe de saúde e comece a suplementação de ácido fólico o quanto antes (idealmente, ao menos 1 mês antes da concepção).
  • Em casos especiais, como uso de anticonvulsivantes, histórico familiar de DTN ou doenças genéticas específicas, a dose pode ser ajustada e outras opções avaliadas.
  • Evite seguir recomendações genéricas ou de redes sociais. Cada corpo é único, e a saúde do seu bebê merece o melhor da ciência e do cuidado.

Conclusão: entre modismos e evidências, escolha o cuidado!

No Instituto Nascer, acreditamos em um cuidado que una respeito, ciência e amor. O ácido fólico continua sendo a melhor escolha para prevenir DTNs, e deve ser oferecido a toda mulher que deseja gestar com segurança e tranquilidade.

Se você tem dúvidas sobre a sua suplementação ou deseja um acompanhamento individualizado, nossa equipe está pronta para te acolher e orientar da melhor forma.

Hemmerson Henrique Magioni, Médico Obstetra, Fundador e Diretor Técnico do Instituto Nascer – CRM-MG 34455

Fontes científicas:

Cochrane Library. Folic acid supplementation for the prevention of neural tube defects. 2015.

  • ACOG Committee Opinion No. 427. Neural Tube Defects. Obstetrics & Gynecology. 2021.
  • CDC. Folic Acid Recommendations
  • NICE Guideline [NG201]. Antenatal care. 2021.
  • WHO. Guideline: Daily iron and folic acid supplementation in pregnant women. 2016.
  • RCOG Scientific Impact Paper No. 64. The use of folic acid in pregnancy. 2021.

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