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Diabetes Gestacional: Um diagnóstico precoce muda tudo!

Durante a gestação, o corpo da mulher realiza uma verdadeira orquestra de adaptações hormonais, metabólicas e emocionais. Entre essas mudanças, está a alteração do metabolismo da glicose, que pode levar ao desenvolvimento do diabetes gestacional (DMG) — uma condição silenciosa, comum e que merece atenção cuidadosa desde o início do pré-natal.

O que é o diabetes gestacional?

O diabetes gestacional é uma forma de intolerância à glicose que se manifesta pela primeira vez durante a gestação, sendo diagnosticado tanto no primeiro quanto no segundo trimestre.

Ele acontece porque os hormônios placentários dificultam a ação da insulina, levando ao aumento dos níveis de açúcar no sangue. Pode ser transitório, mas seus efeitos — quando não controlado — podem ser duradouros para a mãe e o bebê.

Como e quando o diagnóstico é feito?

O rastreio do DMG deve começar logo na primeira consulta de pré-natal, com a dosagem da glicemia de jejum:

  • Se o resultado for ≥ 92 mg/dL e < 126 mg/dL, já é considerado diabetes gestacional, segundo as diretrizes da SBD, ADA e OMS.
  • Se for ≥ 126 mg/dL, deve-se pensar em diabetes tipo 2 previamente não diagnosticado e confirmar com novo exame.
  • Se for < 92 mg/dL, o rastreio deve ser repetido entre 24 e 28 semanas, por meio do teste oral de tolerância à glicose com 75g (TOTG).

Critérios diagnósticos pelo TOTG 75g:

Basta um valor alterado para confirmar DMG:

  • Jejum ≥ 92 mg/dL
  • 1 hora ≥ 180 mg/dL
  • 2 horas ≥ 153 mg/dL

Essa abordagem precoce permite detectar casos de diabetes ainda antes da influência mais intensa dos hormônios placentários — e isso salva vidas e reduz complicações.

Quais são os riscos se não for tratado?

O diabetes gestacional mal controlado está associado a:

  • Bebês grandes (macrossomia), com risco aumentado de parto cesáreo ou distócia de ombro;
  • Polidrâmnio e parto prematuro;
  • Pré-eclâmpsia;
  • Hipoglicemia neonatal;
  • Maior risco de obesidade e diabetes tipo 2 no futuro para o bebê;
  • E, para a mãe, risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos 5 a 10 anos.

Por isso, o diagnóstico precoce é um dos pilares de um pré-natal seguro e moderno.

Como é feito o tratamento?

A maioria dos casos pode ser controlada com:

  • Mudanças na alimentação, com orientação de nutricionista especializada;
  • Atividade física regular e segura, adaptada à gestação;
  • Monitoramento da glicemia capilar em casa.

Em cerca de 15% a 30% dos casos, pode ser necessário o uso de insulina, que é segura e eficaz na gravidez. A metformina, embora utilizada em alguns protocolos, ainda não é considerada primeira escolha pela ACOG e SBD, especialmente no início da gestação.

E no pós-parto?

Após o nascimento, os níveis de glicose geralmente se normalizam, mas:

  • A mãe deve fazer rastreamento de diabetes tipo 2 com 6 a 12 semanas pós-parto;
  • Deve manter hábitos saudáveis e acompanhamento regular, já que o risco de diabetes futuro é até 7 vezes maior;
  • O aleitamento materno exclusivo até 6 meses também ajuda a reduzir esse risco.

Cuidar é Prevenir

No Instituto Nascer, nosso olhar vai além dos exames: é um olhar integral, respeitoso e baseado na melhor ciência. O diagnóstico precoce do diabetes gestacional permite que a mulher seja protagonista do cuidado com sua saúde e com seu bebê, sem medo e sem culpa.

Com uma equipe multiprofissional, atualizada e acolhedora, caminhamos com você para que a gestação seja um tempo de confiança, segurança e boas escolhas.

Hemmerson Henrique Magioni, Médico Obstetra, Fundador e Diretor Técnico do Instituto Nascer – CRM-MG 34455

📚 Fontes científicas:

  • American Diabetes Association (ADA). Standards of Medical Care in Diabetes – 2024
  • Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretrizes 2022-2023
  • American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). Practice Bulletin No. 190, 2018
  • World Health Organization (WHO). Diagnostic criteria and classification of hyperglycaemia first detected in pregnancy, 2013
  • UpToDate: “Gestational diabetes mellitus: Screening, diagnosis, and management”
  • NICE Guidelines NG3: Diabetes in Pregnancy (2020)
  • Cochrane Database of Systematic Reviews

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