Instituto Nascer

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Minha gravidez está saudável e cheguei a 40 semanas. O que fazer agora?

Você chegou às 40 semanas de gestação com a gravidez saudável, sem complicações, o bebê bem, os exames todos em ordem… e o parto ainda não aconteceu.

E agora? Devo esperar entrar em trabalho de parto espontaneamente? Induzir? Pensar em uma cesariana?

Essa dúvida é muito comum — e a resposta exige informação de qualidade, acolhimento e respeito à sua autonomia. A boa notícia é que temos evidências científicas atualizadas para apoiar essa decisão com segurança.

No Instituto Nascer, acreditamos que o protagonismo da mulher deve caminhar junto com a ciência e o cuidado individualizado. Por isso, apresentamos aqui as quatro principais possibilidades para este momento, com base nas diretrizes mais respeitadas do mundo (ACOG, RCOG, NICE, Cochrane, OMS).

1️⃣ Aguardar até 41 semanas com vigilância cuidadosa

É possível aguardar o início espontâneo do trabalho de parto até 41 semanas completas, desde que a gravidez esteja bem acompanhada e sem fatores de risco. A maioria dos bebês nasce espontaneamente entre 40 e 41 semanas, e essa pode ser uma opção segura com apoio profissional adequado.

Porém, é importante saber que a partir de 41 semanas, os riscos começam a aumentar gradualmente — como redução do líquido amniótico, envelhecimento placentário e maior chance de complicações durante o parto. Por isso, recomenda-se que, ao atingir 41 semanas, o parto seja induzido se ainda não tiver acontecido espontaneamente.

2️⃣ Indução eletiva entre 39 e 41 semanas

Nos últimos anos, grandes estudos — como o ARRIVE Trial (NEJM, 2018) — mostraram que a indução do parto entre 39 e 41 semanas em gestantes de baixo risco:

  • Não aumenta a taxa de cesáreas (pelo contrário, pode até reduzir)
  • Reduz o risco de pré-eclâmpsia
  • Reduz discretamente o risco de óbito fetal e complicações neonatais

Por isso, hoje é considerado seguro oferecer a indução a partir de 39 semanas, especialmente após 40 semanas, como uma estratégia preventiva. Essa é uma escolha respaldada pela ACOG, RCOG e NICE, desde que a mulher esteja bem informada e aceite essa opção, ciente dos benefícios e riscos de uma indução.

3️⃣ Aguardar até 42 semanas com vigilância intensiva

Em algumas situações — como quando a mulher prefere evitar a indução e quer aguardar até o final — é possível estender a conduta expectante até 42 semanas completas.

No entanto, isso exige um acompanhamento ainda mais rigoroso, com exames frequentes (como cardiotocografia, ultrassonografia com doppler, avaliação de líquido amniótico e movimentos fetais) e vigilância estreita da vitalidade fetal.

Os riscos aumentam de forma mais significativa após 41 semanas, portanto essa conduta deve ser adotada com muita cautela, em centros que ofereçam acompanhamento atento e capacidade de intervenção rápida, se necessário.

4️⃣ Cesárea a pedido com informação e respeito

Algumas mulheres, por razões pessoais, emocionais ou de experiências anteriores, podem desejar a cesariana a pedido, mesmo com uma gravidez saudável e sem indicações clínicas.

Essa não é a primeira recomendação das diretrizes internacionais, mas o respeito à autonomia da mulher também é parte do cuidado humanizado. A OMS e o RCOG orientam que, quando esse desejo estiver presente, a mulher deve ser ouvida, acolhida e informada sobre os riscos e benefícios reais da cesariana eletiva, para que a decisão seja consciente e não baseada no medo.

E afinal, o que é “melhor”?

A resposta é: depende de você. A ciência nos ajuda a entender os caminhos mais seguros, mas a decisão final deve considerar os seus valores, preferências, medos, histórico e desejos.

No Instituto Nascer, você encontra uma equipe que:

  • Escuta com empatia
  • Explica com base em evidências
  • Cuida com humanidade

Porque o parto não é só um evento fisiológico. É uma experiência única, íntima e transformadora. E merece ser vivida com respeito, ciência e amor.

Quer decidir com segurança? Se informe, converse com sua equipe (médico obstetra, enfermeira, doula e pediatra), e escolha com consciência, não com medo.

Hemmerson Henrique Magioni, Médico Obstetra, Fundador e Diretor Técnico do Instituto Nascer – CRM-MG 34455

Fontes científicas:

  • ARRIVE Trial – Grobman WA et al., New England Journal of Medicine, 2018
  • ACOG Practice Bulletin No. 146 – Management of Late-Term and Postterm Pregnancies
  • RCOG Green-top Guideline No. 70 – Induction of Labour, 2022
  • NICE Guideline NG207 – Inducing Labour, 2021
  • Cochrane Review – Middleton et al., Induction of labour at or beyond 37 weeks’ gestation, 2020
  • WHO Statement on Caesarean Section Rates, 2015

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