
O que nos torna o que somos? Por que algumas pessoas são mais predispostas a ficarem ansiosas, terem excesso de peso ou serem asmáticas? Como é que alguns de nós são propensas a ataques cardíacos, diabetes ou pressão arterial elevada?
Há uma lista de respostas convencionais para estas perguntas. Somos o que somos porque está em nossos genes (DNA), ou em consequência das nossas experiências de infância especialmente durante os cruciais primeiros três anos. Ou a nossa saúde e bem-estar estão ligadas as escolhas de estilo de vida que fazemos quando adultos: que tipo de dieta que consumimos, quanto exercício que recebemos.
Mas há uma outra poderosa fonte de influência que você pode não ter considerado: sua vida como um feto. O tipo e a quantidade de nutrição que você recebeu no útero, os poluentes, drogas e infecções você estava exposto durante a gestação, saúde, nível de estresse da sua mãe e estado de espírito enquanto ela estava grávida de você – todos esses fatores influenciam como você foi como um bebê e uma criança e continuam a afetá-lo até hoje.
Esta é a afirmação provocadora de um campo conhecido como “Origem Fetal”, cujos pioneiros afirmam que os nove meses de gestação constituem o período mais consequente de nossas vidas, influenciando de forma permanente a fiação do cérebro e o funcionamento de órgãos como o coração, fígado e pâncreas. As condições que encontramos no útero, dizem eles, moldar a nossa susceptibilidade à doença, nosso apetite e o metabolismo, nossa inteligência e temperamento. Na literatura sobre o assunto, que explodiu nos últimos 15 anos, é possível encontrar referências às origens fetais de câncer, doenças cardiovasculares, alergias, asma, hipertensão, diabetes, obesidade, doenças mentais – mesmo de condições associadas à velhice como a artrite, a osteoporose e declínio cognitivo.
*Fonte: Fetal Origins of Adult Disease: Barker`s Theory – TIME Magazine.
Hemmerson Henrique Magioni, Médico Obstetra e Diretor Técnico do Instituto Nascer – CRM-MG 34455
